Sintaxe
Sintaxe é a teoria formal das formas linguísticas da linguagem, isto é, trata da relação dos signos com os outros signos. “É o estudo das relações formais dos signos entre si”, afirma Morris.
É o estudo das “propriedades formais das expressões e das relações entre si abstraindo não só do falante, como das coisas designadas”, diz-nos Carnap.
Objeto da Sintaxe
Estuda a colocação, a organização das palavras na sentença. Se você amanhã desembarcasse em terras estrangeiras, na China, por exemplo, além de não saber o que significam as palavras dessa língua desconhecida, não saberia como elas se organizam em sentenças.
Isto quer dizer que a Sintaxe:
Ensina como usar os signos: como relacioná-los independentemente do seu significado.
Descreve as regras que há que dominar para se poderem fazer/produzir/formar frases gramaticalmente correctas, coerentes, articuladas, isto é, ligando de certa maneira as palavras com o respectivo sentido. Quem fala exerce uma actividade – acto de fala – que não pode ser considerada como livre em absoluto. Falar implica seleccionar palavras e combiná-las em frases, mas esta escolha é feita tendo em conta o código partilhado pela comunidade a que pertence o falante. Só assim se pode falar de comunicação e de função comunicativa da linguagem.
As regras sintácticas evitam a construção agramatical de frases; diminuem as possibilidades de deturpação das mensagens; e reduzem a incerteza e a indeterminação da descodificação. A diferença entre uma frase gramatical e uma frase agramatical depende fundamentalmente da ordem, disposição e combinação das palavras e das frases. Falar de gramaticalidade de uma frase significa que ela, quando enunciada, é compreensível para todos os sujeitos falantes que dominam essa língua.
Exemplos:
‘O fez João quadro belo um.’
‘É uma mulher rica’.
‘Rica mulher!’
‘O João fez um belo quadro’.
TEXTO:
“A propriedade mais surpreendente de qualquer língua natural é a regularidade, ou seja, o facto de as palavras e as sequências de palavras usadas pelos falantes da língua com objectivos de comunicação ou outros estarem sujeitos a regras de boa formação que os falantes dessa língua conhecem de certa maneira (ainda que possam ser incapazes de as formular explicitamente) e que qualquer indivíduo que queira falar correctamente tem de interiorizar e respeitar.
É esta regularidade entendida em todos os seus aspectos, e especialmente quando expressa através de regras explícitas, que constitui a noção de gramática.”
Sintaxe – Teoria
I. Sintaxe de Concordância
A Sintaxe de Concordância trata das relações de harmonia gramatical entre os termos da frase, relações essas que envolvem gênero e número. Quando essas relações se estabelecem entre o sujeito e o verbo, elas se referem à concordância verbal. Já as relações entre nomes (determinado e determinante) dizem respeito à concordância nominal.
Às vezes, a Norma Culta aceita duas opções de concordância. Embora uma pequena minoria social e politicamente influente dite as regras do bom falar, a pressão da maioria dos falantes da Língua faz com que, ocasionalmente, essas regras sejam quebradas. Os escritores modernos também contribuíram no combate à radicalidade da Gramática Normativa, que agora chama essas transgressões gramaticais de concordância por atração.
II. Sintaxe de Colocação
A Sintaxe de Colocação, também conhecida por Toponímia Pronominal, refere-se ao modo correto, segundo a Norma Culta, de posicionar as palavras na oração. Essa sintaxe trata mais especificamente da posição do pronome pessoal oblíquo e do pronome demonstrativo o com relação ao verbo. A definição tradicional menciona essa sintaxe como a parte da Gramática Normativa que trata da ordem dos termos na oração, e das orações no período.
III. Sintaxe de Regência
Apresentaremos os casos principais de regência, incluindo o emprego o emprego do acento grave.
Geralmente, as palavras de uma oração são dependentes umas das outras, relacionam-se entre si, para formar um todo significativo. Essa relação dependência que se estabelece entre duas palavras, uma das quais serve de complemento à outra, é o que chamamos de regência.
A rigor, somente as preposições que ligam complementos a um verbo ou a um nome estabelecem relações de regência. A regência, portanto, pode ser verbal ou nominal.
A Regência e o Emprego do Acento Grave
O emprego do acento grave não deveria apresentar dificuldades para o estudante da Língua, mas professores inexperientes e gramáticos incompetentes deixam de apresentar fundamentos necessários para o entendimento do assunto…e assim complicam o que é fácil.
Vamos apresentar neste trabalho os casos em que ocorre o uso do acento grave.
Crase é o nome que encontraram para a fusão de duas vogais iguais. Isso é comum na poesia e no uso oral da Língua. Triste e fatigada da linguagem escrita vira tristefatigada na linguagem oral. Viu? Duas vogais iguais se fundiram. Na gramática, todavia, o acento grave só acontece em casos especiais de crase. Nesses casos, sempre que houver crase, essa ocorrência tem de ser assinalada pelo acento grave. Por outro lado, não podemos afirmar que sempre que há acento grave tem de haver crase. O acento grave nem sempre indica crase.
Gramáticos e professores, ao lidarem com a crase, costumam incluir casos que nada têm a ver com esse fenômeno lingüístico.
Podemos resumir o emprego do acento grave em três casos: indicação de crase da preposição a com artigo a, indicação de crase da preposição a com o pronome demonstrativo e indicação de ênfase.
IV. Sintaxe do Infinitivo
O infinitivo pessoal pode ser flexionado ou não, isto é, pode ter ou não uma desinência número-pessoal após a desinência modo-temporal R.
No verbo cantar, por exemplo, o infinitivo pessoal não-flexionado é cantar: Todos começaram a cantar.
As terminações verbais que vão indicar número e pessoa são: -es, -mos, -des, -em: Eu os desafiei a cantaarem em inglês
Você sabe a diferença entre o infinitivo pessoal e o impessoal ? Se não sabe, pode ter problemas ao lidar com questões que envolvem o infinitivo. Por que não tratamos dessa diferença, antes de entrar propriamente na Sintaxe do Infinitivo ?
O infinitivo pessoal é uma forma verbal que indica ação, fato ou fenômeno.
Pode ocorrer em locuções verbais: Podemos começar agora.
Pode ocorrer também fora de locução verbal: Eu os vi passarem.
Tem sempre um sujeito, embora o sujeito possa estar indeterminado: Deve-se pensar no próximo.
O infinitivo impessoal não é uma forma verbal, mas uma forma derivada de um verbo. É uma forma nominal, isto é, numa frase aparece como um nome substantivo. Não indica ação nem fato, apenas nomeia a ação ou fato. Em A criança vai dormir, temos um fato se desenrolando. Mas em Dormir é necessário à saúde, nomeamos um a fato, sem apresentá-lo em andamento. Dormir, nesta frase, não é verbo mas substantivo (= sono). Não tem sujeito, pois é o próprio sujeito do verbo ser.
Ademais, quando o infinitivo é impessoal, aceita artigo normalmente, pois é um substantivo: O dormir é necessário à saúde.
Agora não vá sair por aí flexionando o infinitivo em qualquer situação.
Existem regras que, embora sejam impostas pela Norma Culta, não deixam de atender a uma necessidade da expressão e comunicação: clareza.
Sintaxe – O que é
A palavra sintaxe significa, etimologicamente, ordenação, disposição, organização e tem sido entendida como o conjunto das propriedades das estruturas que estão subjacentes aos enunciados existentes (ou possíveis) numa dada língua particular e a descrição dessas estruturas.
A sintaxe é a relação estabelecida entre os elementos linguísticos q ue atuam na formação dos enunciados.
Assim, a constituição de frases, orações e períodos, co nsiderando-se os diversos contextos em que se usa a língua, é o objeto de estudo dessa disc iplina. De fato, por constituir-se enquanto fenômeno que ativa a relação entre os itens linguíst icos, atuando na estruturação e organização dos textos, a sintaxe assume, entre as diversas correntes teóricas que se preocupam com o estudo da linguagem, uma grande importância
A Sintaxe compreende estudos dos processos gerativos, combinatóros e formadores das frases nas diversas línguas naturais. Sua origem, enquanto ramo de estudo da linguagem, remonta aos gregos. Os reflexos da tradição fundada p elo filósofo Aristóteles podem ser apontados na divisão da frase em sujeito e predicado , concepção ainda hoje evidenciada nos estudos veiculados em gramáticas e livros didáticos de língua portuguesa.
Sintaxe – Concordância
“Cabe dez”… “falta vinte”… “sobrou trinta”… “as mina”…
Não é novidade para ninguém que o brasileiro, quando fala, não dá muita importância à concordância. A nenhum tipo de concordância! Cometer erros de concordância na fala do cotidiano é muito comum, mas no texto formal é necessário que a concordância esteja absolutamente rigorosa.
Vamos a um trecho da canção “Música Urbana”, do Capital Inicial:
Você notou como o letrista fez a concordância: “não me importam os seus atos”. Os atos não têm importância, portanto eles não importam. A concordância está correta, o que é exigível ao menos na língua formal. É desejável que a gente acerte a concordância no cotidiano também. Basta concordar verbo e sujeito.
“Atos” está no plural, então é óbvio que o verbo também deve estar no plural: “importam”. Acerte a concordância você também.
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