A célula é a unidade estrutural básica dos seres vivos
A citologia é um ramo da biologia que estuda a célula, a menor unidade estrutural que compõe os seres vivos. O termo citologia deriva das palavras gregas kytos (célula) e logos (estudo).
Esse ramo desenvolveu-se a partir da criação do microscópio (1590), já que a maioria das células são minúsculas e a sua visualização depende de um equipamento que as amplie.
O físico Robert Rooke fazia várias observações de plantas, animais e pequenos objetos no microscópio, ao mesmo tempo que tentava aperfeiçoar o equipamento. No ano de 1665, ao examinar um pedaço de cortiça no microscópio, Rooke descobriu a célula.
Já em 1838, o botânico alemão Matthias Schleiden, fundador da Teoria Celular, conseguiu comprovar a existência de células em plantas. No ano seguinte o fisiologista alemão Theodor Schwann mostrou que os seres humanos também possuíam células.
Em 1858, o médico Rudolf Ludwig Karl Virchow pôde concluir que as células dão origem a outras células. Pouco tempo depois, em 1870 o anatomista suíço Wilhelm His inventou o micrótomo, mais um grande avanço nos estudos na citologia.
Com posse dos instrumentos de micromanipulação, em 1922, Chambers realizou microdissecações. Na década seguinte, em 1932, Max Knoll e Ernst Ruska criaram o primeiro microscópio eletrônico, cujos equipamentos mais atuais permitem ampliações de 5 mil a 500 mil vezes.
Tipos de células
A biologia é um campo de estudo muito amplo, deste modo ela se organiza em níveis e cada um representa uma área de estudo. Na ordem crescente dos níveis, a citologia ocupa a segunda posição:
Molécula --> Célula --> Tecido --> Órgão --> Sistema --> Organismo --> População --> Comunidade --> Ecossistema --> Biosfera
Todos os seres vivos possuem no mínimo um célula, esta por sua vez pode ser definida como uma massa de substância viva limitada por uma membrana que protege o citoplasma e o núcleo. Elas são divididas em dois tipos: procarióticas e eucarióticas.
As células procarióticas são primitivas e possuem uma estrutura simples, os organismos que as abrigam são chamados de procariontes. O núcleo desse tipo de célula não é individualizado, pois não há cariomembrana; não possuem organelas membranosas e o material nuclear está disperso no citoplasma.
Os organismos que pertencem aos Domínios Bacteria e Archaea (Reino Monera), são procariontes, como as bactérias e as cianobactérias.
Já as células eucarióticas, cujo organismo que as abrigam são chamados de eucariontes, apresentam uma estrutura mais completa se comparada com a anterior. O núcleo da célula eucariótica é individualizado; o material nuclear é envolvido pela cariomembrana e possuem organelas membranosas.
Todos os organismos pertencentes aos demais reinos de seres são eucariontes, como os animais (Reino Animal, Animalia ou Metazoa), vegetais (Reino Plantae, Reino Vegetal ou Metaphyta) e os protozoários (Reino Protozoa ou Reino Portista). Os vírus não possuem células, logo não são considerados seres vivos.
Célula animal x Célula vegetal - os animais e vegetais são organismo eucariontes e apresentam poucas diferenças entre suas células que vão além do formato. Por exemplo, as células animais possuem uma organela chamada lisossomos, que é ausente nos vegetais; as células vegetais possuem parede celular e plastos, enquanto a animal não.
Partes da célula
As principais partes da célula eucariótica são: membrana plasmática, citoplasma e núcleo celular.
Membrana plástica - também conhecida como membrana celular é uma película que encobre e protege a célula. A membrana possui uma característica muito importante: a permeabilidade seletiva, que regula a entrada e a saída de substâncias pequenas, bloqueando também a passagem de substâncias grandes.
Citoplasma - região delimitada pela membrana plasmática, onde é encontrado o núcleo e as organelas (estruturas que funcionam como pequenos órgãos da célula).
Existem muitas organelas no citoplasma, as principais são:
• Centríolos: pequenas estruturas que participam da divisão celular. Os centríolos também produzem os cílios e os flagelos;
• Plastos: estruturas membranosas encontradas apenas nas células vegetais, disponíveis nas células como cloroplastos, leucoplastos e cromoplastos;
• Complexo de Golgi: formado por várias unidades (dictiossomos) e apresenta diversas funções como auxílio no processo de excreção da célula e formação dos lisossomos;
• Lisossomos: são encontrados apenas nas células animais e exercem a função de digestão celular;
• Mitocôndrias: liberam energia necessária para o trabalho celular;
• Peroxissomos: liberam enzimas que destroem as moléculas tóxicas;
• Retículo endoplasmático liso: formado por membrana lipoproteicas, essa estrutura desenvolve várias funções como facilitação das reações enzimáticas, transporte e armazenamento de substâncias;
• Retículo endoplasmático rugoso: desempenha as mesmas funções do retículo liso, além de ser composto por ribossomos;
• Ribossomos: produzem as proteínas;
• Vacúolos digestivos: resultados da fusão de fagossomos com os lisossomos (fagocitose e pinocitose);
• Vacúolos pulsáteis ou contráteis: realizam a osmorregulação (controle das concentrações de sais nas células);
• Vacúolos de suco celular ou armazenamento: encontrado geralmente nas células vegetais, essas estruturas saculiformes desempenham funções como armazenamento de substâncias, controle osmótico e manutenção do pH celular.
Núcleo celular - considerado o cérebro da célula, o núcleo geralmente apresenta uma forma esférica e porosa. Também abriga o material genético (DNA) dos organismos unicelulares (uma célula) e multicelulares (mais que uma célula), bem como é o lugar que acontece a reprodução celular.
Créditos: Educa+Brasil